O azeite, a principal fonte de gordura ao lado das nozes, é usado tanto no preparo quanto na finalização dos pratos. As oliveiras, fartas na região, garantem o óleo de excelente qualidade – as melhores marcas do mundo são produzidas ali. “O azeite e as furtas oleaginosas são o que chamamos de gordura boa. Está provado que ambos ajudam a baixar os níveis de colesterol do sangue, a pressão arterial e assim protegem o coração”, diz a nutricionista Silvia Navarro, de São Paulo.
Estudiosos das universidades de Atenas, na Grécia, e Harvard, nos Estados Unidos, analisaram os hábitos alimentares de 22.043 adultos entre 20 e 86 anos e chegaram a números precisos: a gastronomia mediterrânea reduz em 33% o risco de problemas cardíacos! E as vantagens não param por aí. O próprio Keys descobriu que a maioria desses alimentos reúne outras substâncias, como licopeno, bioflavonóides, polifenóis, ácido fólico, vitaminas C, E e do complexo B, betacaroteno e ômega-3, que são importantíssimos na prevenção de diversos tipos de câncer e também de envelhecimento e doenças crônico-degenerativas, como o mal de Alzheimer, por exemplo. A Associação Americana de Neurologia divulgou uma pesquisa em 2007 confirmando que pessoas que consomem regularmente óleo de canola, linhaça e nozes reduzem em 54% as chances de ter qualquer tipo de degeneração cerebral. O responsável direto por isso é o ômega-3, presente também no salmão, azeite de oliva, brócolis, agrião, uvas, soja e sardinha, todos componentes de dieta do Mediterrâneo.
Nutrição saudável
Frutas, verduras e grãos integrais – Esse grupo representa as fibras nesse cardápio, sendo que os cereais devem ser ingeridos necessariamente na sua forma integral o pouco cozidos. “Eles garantem o bom funcionamento do intestino e suas vitaminas e minerais são responsáveis pelo equilíbrio do metabolismo”, diz Silvia. A nutricionista lembra que o mérito desse padrão alimentar está justamente na combinação de todos esses itens. Mas vale ressaltar ainda que a prática regular de atividades físicas contribui bastante para a eficiência da dieta.
Vinho – Imprescindível à eficácia desse estilo culinário. No Mediterrâneo aparece em todas as refeições e é comum ser produzido artesanalmente em casa. Estudos comprovam que os tintos são ricos em flavonóides (substâncias presentes na casca da das uvas vermelhas e que previnem e controlam processos inflamatórios), agem como antioxidante, ou seja, contra o envelhecimento das células, e reduzem a formação de coágulos no sangue, prevenindo infarto e derrame. Mas a nutricionista Silvia Navarro alerta que deve ser consumido com moderação: “Dois cálices por dia são suficientes para usufruir de suas propriedades”, diz.
Temperos – O ideal é que sejam bem variados, o que acrescenta ainda mais nutrientes ao cardápio. Eles têm papel de intensificar o sabor dos pratos. São eles: cebola, alho, tomate, pimentão, salsão, alho-poró, ervas secas ou frescas, como louro, tomilho, alecrim, manjericão, salsa, sálvia, estragão. As especiarias são fortemente representadas pela pimenta-do-reino, sempre moída na hora, canela, cominho, açafrão, cardamomo, pimenta-da-jamaica, anis e zimbro.